terça-feira, 10 de janeiro de 2012

HISTÓRIA DA QUADRA POLIESPORTIVA RAIMUNDO RIBEIRO DE MATOS DE PONTA DA SERRA - Por :Antonio Correia Lima


















A  quadra  Poliesportiva de Ponta da Serra, resultou de um grande esforço do vereador Edvardo Ribeiro da Silva, ao intermediar junto ao executivo municipal, o então prefeito Moacir Siqueira,  a vinda deste importante benefício para  a sede do nosso distrito .
Está localizada à rua Maria da Silva Brito ( genitora do vereador Edvardo) e foi denominada de Quadra Poliesportiva Raimundo  Ribeiro de Matos,( genitor de Edvardo) conforme Lei  Nº 1.931/99  de 12 de novembro de 1.999.
Foi construída  com recursos  Federais – Projeto Embratur com  parceria do  Governo  Municipal do Crato, que entrou com o terreno. Terreno esse antes adquirido na gestão do prefeito Antonio Primo de Brito para a construção da Escola de Ensino Médio, tendo a administração do Moacir Siqueira utilizado parte do referido terreno para a construção da quadra.
Vale salientar que a cobertura foi realizada já na administração do atual prefeito, Samuel Araripe, que veio possibilitar que outros eventos sociais  possam ser realizados nesse espaço, tais como: Festival Junino, Eventos Religiosos , entregas de Diplomas, e outros.
O evento de inauguração que se deu no dia 06 de fevereiro de 2000 teve a cobertura do Jornal A Notícia – Regional, matéria que ora transcrevemos na íntegra.
PONTA DA SERRA
Inaugura a Quadra Poliesportiva
Aconteceu na noite do dia  6 de fevereiro a inauguração  da  Quadra Poliesportiva Raimundo  Ribeiro de Matos, no Distrito de Ponta da Serra, em Crato. Com capacidade  para receber 1.500 pessoas, a quadra  faz parte  do programa  de valorização do esporte da Administração  Moacir Siqueira.
Segundo  o prefeito, serão  atendidas inicialmente 2000 pessoas, entre crianças e adolescentes  do distrito  que não dispunham  de uma área digna  para a prática do esporte e lazer. A obra teve custo de  130 mil reais, recursos obtidos através do Deputado Federal Arnom Bezerra.
Na inauguração, o prefeito adiantou que viajará à Brasília  com o objetivo  de conseguir  mais recursos para a construção  de mais duas  quadras , sendo uma  no Distrito de Dom Quintino e outra no Bairro Seminário.
Estiveram presentes  várias autoridades, como  o prefeito Moacir Siqueira, a primeira dama  Maildes de Siqueira, os vereadores  Edvardo Ribeiro, Antonio Leite, , Presidente da Câmara, Florisval  Sobreira Coriolano, entre outros vereadores, professor Palácio, representando do Deputado Estadual Sineval Roque e o Presidente SAAC professor Francisco Cunha, que homenagearam  o mais importante evento do distrito de Ponta da Serra. O Deputado Federal Arnom Bezerra  ressaltou a importância  do complexo esportivo, uma vez que  vem suprir a necessidade  da prática de esportes, beneficiando os moradores do distrito. Afinal, além da prática de esportes  o espaço servirá para realizações  de eventos sociais. Arnom Bezerra explicitou a nobreza do trabalho que o prefeito Moacir Siqueira vem desenvolvendo à frente  do Executivo. Com apenas e ano e 2 meses no comando  da municipalidade, tem feito obras com um carinho todo especial à população cratense.
( Extraido do Jornal A NOTÍCIA – Regional, de  17 de fevereiro de 2000, Nº 46)
NOTA: O material  que fundamenta este artigo  foi  adquirido por Denir Ribeiro, que cuidadosamente, guardou um exemplar do referido jornal e do convite da festa.




ORIGENS E POVOAMENTO DE PONTA DA SERRA - POR :ANTONIO CORREIA LIMA



Cabe-me, no momento, em poucas linhas traçar um esboço histórico do nosso lugar e da nossa gente. Para tanto, apeguei-me a algumas fontes escritas e outras orais.
Visando a uma melhor compreensão, iremos dividi-lo em três momentos distintos: primeiro, falaremos de uma Ponta da Serra como sítio, segundo, como povoado e, terceiro, como distrito.
Segundo o historiador caririense Joaryvar Macedo, em “Povoamento e povoadores do Cariri cearense”JOSÉ GOMES DE MOURA, foi o primeiro donatário de uma Sesmaria na “Ribeira do Carás”, datada de 30 de outubro de 1716 e que residia no sítio Boqueirão. E pelos serviços prestados pelo português JOSÉ PEREIRA LIMA AÇO, lhe concedera um porção de terras no lugar denominado Corrente Grande (pertencente, hoje, ao Distrito de Santa Fé), onde construiu sua residência.
Joaryvar também afirma que o citado português era dono do Sítio Ponta da Serra e era casado com a sergipana APOLÔNIA CORREIA DE OLIVEIRA e que deste casal promanam Os Ferreira Limaverde, os Ferreira Pinto Callou, Os Sucupira, Os Romão Batista( do Pe. Cícero) e outros.
De mão destas informações, chegamos à conclusão do quão é remoto o topônimo Ponta da Serra, o que vem justificar os insucessos de algumas tentativas de mudança deste nome atribuído ao nosso lugar.
Da era colonial, passemos agora para o Brasil independente, mais precisamente, aos idos de 1850, quando da aquisição do Sítio ou Fazenda Ponta da Serra pelo major EUFRÁSIO ALVES DE BRITO, de Várzea Alegre. Passam-se alguns anos, e o proprietário resolve trazer um dos seus vaqueiros, um rapaz muito jovem, porém, muito responsável, disposto e trabalhador, chamado JOSÉ BERNARDO VIEIRA. Juntamente com o vaqueiro vem também o sr. RAIMUNDO PEREIRA DA SILVA, conhecido por RAIMUNDO VERMELHO,seu parente e futuro sogro. A estas alturas o jovem vaqueiro e seus parentes já haviam preparado a moradia que por sinal foi edificada na localidade que hoje chamamos de Barreirinho, recebendo estadenominação pela existência de um barreiro de onde foi retirado o barro para tapagem da dita casa.
Logo em seguida, na localidade chamada de Juá de Baixo, nos arredores deste lugar que viria no futuro a se transformar em povoado, uma outra família se instala. Trata-se do Sr. JOÃO PAULINO CORREIA casado com VICÊNCIA MARIA DA CONCEIÇÃO OU VICÊNCIA MARIA DE LIMA mais conhecida por YAYÁ, oriundos do Sítio Fábrica, de propriedade dos Limaverde, descendentes do citado português JOSÉ PEREIRA LIMA AÇO.JOÃO CORREIA, adquirindo esta propriedade, se transfere,trazendo também o seu pai, viúvo e com alguns filhos. Aqui o velho se casa pela segunda vez a e constitui uma segunda família. Destes, promanam OS CORREIA LIMA do JUÁ.
Voltando ao vaqueiro JOSÉ BERNARDO, devemos dizer que ele se casa com Maria Felicia, filha doRAIMUNDO VERMELHO, com quem vem a ter 10 filhos. A cada dia que passa solidifica ainda mais a confiança do patrão ao humilde vaqueiro a ponto do mesmo passar a ser rendeiro destas terras e, depois, ganhar do Major EUFRASIO uma tarefa de terra para construir a sua residência e uma casinha de Oração para o seu santo de devoção, SÃO JOSÉ.
Chega o ano de l895 e o vaqueiro tem aprontado a sua casa e a do seu santo. No dia 25 de dezembro deste mesmo ano o Padre, depois Mons. ANTONIO ALEXANDRINO DE ALENCAR , Vigário de Crato, nesta época, celebra a santa missa dando por inaugurada a CASA DE ORAÇÃO e o sonho do vaqueiro JOSÉ BERNARDO VIEIRA é concretizado, dando assim por criado o NÚCLEO PRIMITIVO DE PONTA DA SERRA.
PONTA DA SERRA COMO POVOAÇÃO
Entremos agora no século XX, em um momento de muitas agitações na região do Cariri, principalmente, em Juazeiro do Norte com a polêmica IGREJA X PE CICERO causada pelo suposto milagre da hóstia sagrada que se transformava em um líquido avermelhado semelhante ao sangue humano, na boca da beata Maria de Araújo.
Devemos salientar que até o final do século XIX apenas as duas famílias primitivas residiam neste núcleo ( Os Bernardo Vieira e os Pereira da Silva ).
Três dos filhos do JOÃO CORREIA do Juá decidem se casar com filhos do JOSÉ BERNARDO. O filho mais velho constrói sua casa no núcleo e os outros dois, no sítio Juá.
Neste início do novo século, começam a chegar outras famílias, corridas das regiões mais secas que haviam sido castigadas pela grande seca de 1877 a 1879, e que aqui aportaram atraídos pela fertilidade doVale dos Carás e também pelo motivo religioso visto que a localidade já contava com a sua capelinha, onde os padres celebravam a santa missa todos os meses, e começam a construir suas casas ao redor do núcleo. Na primeira década do século XX já podemos contar com a presença da três famílias aqui já citadas, como também, dos ANTES PORTÃO, DOS PAES BARRETO E DOS NOGUEIRA, famílias estas que se entrelaçaram, formando uma imensa prole. As missas continuam acontecendo, sempre aos domingos, de mês em mês e assim vai aumentando o aglomerado de famílias em volta da casinha de oração.
Em 1907 o JOSÉ BERNARDO VIEIRA morre, deixando a sua filha caçula, Tereza, conhecida por TÊTA, com apenas 7 anos de vida. Esta foi das filhas a que mais se destacou pelos relevantes serviços prestados à Igreja, em Ponta da Serra, desde a CASINHA DE ORAÇÃO até o ano de 1941, quando ela engravida de sua única filha, Socorro. Deixemos aqui, registrado que a contribuição dada por Têta a Ponta da Serra não se pode relatar em tão pequeno espaço.
Durante a segunda década do século XX , aqui chegam OS CORREIA HOLANDA E OS XENOFONTES DE OLIVEIRA e adquirem partes desta propriedade antes pertencente ao major Eufrásio de Brito. Por iniciativa de DANIEL XENOFONTE foi fundada, no ano de l9l7, A Irmandade de São Vicente de Paula, tendo como local de reuniões , o espaço da Casinha de Oração, sempre aos domingos. No ano de 1924, dois senhores se destacaram, no povoado de Ponta da Serra, foram eles, os professores voluntários MANUEL PEREIRA DA SILVA E ANTONIO GOMES DE MELO.
Em 1929, o município contrata a sra. LUIZA COIMBRA LOPES, conhecida por Professora Yayá,(a primeira professora diplomada) para lecionar nesta comunidade que agora já conta com mais algumas famílias, tais como, OS RIBEIRO DE MATOS, OS VALDEVINO DE BRITO, OS FERREIRA LEITE E OS SOUZA BRASIL.Neste mesmo ano, segundo JOSÉ VALDEVINO DE BRITO, em artigo ao Jornal A AÇÃO, de l7 de fevereiro de l943, chega aqui em Ponta da Serra o Sr. Moisés Xenofonte, trazendo consigo a idéia de construção de uma capela com maiores estruturas para acomodar melhor todos os fiéis. E assim, após o convencimento dos moradores e a concordância do Mons ASSIS FEITOSA, é lançada a campanha pró-construção da capela, tendo sido dado início aos trabalhos ainda no ano de 1929.
Embora a população estivesse passando por momentos de muitas dificuldades pelo motivo dos fracos invernos, não desanimaram e ,em regime de mutirão, conseguiram erigir a nova capela, num terreno doado pela sra. ANTONIA CORREIA HOLANDA e pelo O SR. LIBERALINO FERREIRA LEITE . E assim, no dia 25 de dezembro de 1930 era celebrada pelo Mons Assis, a missa inaugural da nova capela de São José. Segundo informações dos mais velhos, nesta época da construção da capela, havia no pequeno núcleo pouquíssimas casas, pois, somente no ano de 1932, ano de uma grande seca, é que surgiram maisalgumas residências e prédios comerciais. Surgem, então, os primeiros comerciantes nas figuras dos senhores RAIMUNDO RIBEIRO DE MATOS e VICENTE JOSÉ DE LIMA. Nessas alturas, o povoado já conta com aproximadamente 12 prédios.
Segundo, ainda, Zé Valdevino, no referido artigo, diz também que no ano de 1943 o povoado já contava com 30 prédios particulares. Deste período aqui já referido até o dia da sua emancipação à categoria de Distrito, um fato é digno de registro, trata-se da construção do Cemitério Público, nos anos de 1951 a1952. Não podemos deixar de dizer que durante todo este período as grandes festas de São José eram motivos de muita animação, como ainda hoje.
PONTA DA SERRA COMO DISTRITO
De acordo com a LEI nº 3.931, DE 26 DE NOVEMBRO DE 1957, o governo do Estado, à época, cria o Distrito de Ponta da Serra,desmembrando dos distritos Sede, Santa Fé e Dom Quintino. 1958 –  o recém distrito elege seu primeiro vereador José Valdevino de Brito, que permaneceu  no exercício desse cargo por várias legislaturas consecutivas, até  1987. Exerceu a Presidência da Câmara  nos seguintes períodos: 1969/1970; 1977/1978 e 1981/1982; Está imortalizado com seu nome:  Palácio José Valdevino de Brito – Câmara Municipal     -Em Ponta da Serra: Av. José Valdevino de Brito

1958 foi um ano seco e que trouxe muitas dificuldades para o povo, apesar das frentes de serviços criadas pelo governo. Não temos nenhum fato digno de registro.
Em 1959, o novo Distrito ganha um grande benefício, que foi a instalação do seu Cartório de Registro Civil que teve como seu primeiro titular, o Sr. Edvardo Ribeiro da Silva e o primeiro Juiz distrital(Juiz de Paz), o Sr. José de Souza Brito.
Dois fatos muito importantes ocorreram, na década de 60: um foi a instalação do Grupo Escolar José Horácio Pequeno e o outro foi a criação da Paróquia de São José Operário. Este último foi, sem dúvidas, o fator principal para o alavancamento do crescimento da sede do Distrito, dos sítios e vilas. O evento se deu em 08 de setembro de l967, tendo como seu primeiro vigário o Pe. Francisco Salatiel de Alencar Barbosa que teve como preocupação principal o jovem.
Vejamos em seguida os fatos mais importantes ocorridos em nossa comunidade nas décadas seguintes:
1968- instalação do telefone;
1970-16 de abril-criação do Ginásio Professor José Bizerra de Britto;
1972-chegada da energia elétrica;
1974, inauguração do sistema de abastecimento d’agua;
1978- inauguração da ampliação da rede elétrica;
1979- estabelecimento da delimitação perimetral da sede, pela Lei Municipal de nº 1068;
l980-criação do Posto de Saúde Joaquim Ferreira Leite;
l983-nomeação do 12º vigário, o então Pe. João Bosco Cartaxo Esmeraldo, hoje, monsenhor, e ainda à frente da paróquia, tendo como auxiliar, o Pe.Paulo Francisco de Moura, desde o ano de l999 até os dias de hoje.
1986-Inauguração do Serravento Club , criação do Grupo Comunitário e do Posto Policial;
1995- Jubileu de prata do Ginásio Prof. José Bizerra de Brito;
l998-criação da Creche Municipal São José e instalação da parabólica do SBT;
1999- instalação da parabólica da Rede Vida;
2000, 06 de fevereiro -Inauguração da Quadra Poliesportiva Raimundo Ribeiro de Matos;
2000- fundação do Jornal Despertar, informativo da Paróquia;
2003- Inauguração do primeiro posto de combustível Ponta da Serra;
2004- 05 de janeiro-criação da Escola de Ensino Médio Joaquim Valdevino de Brito(denominação); e em 17 de junho de 2005 - inauguração
2004- Fundação do Jornal Ponta da Serra, informativo da comunidade;
2005-17 de junho-inauguração do Pólo de Atendimento Vereador Edvardo Ribeiro da Silva.
Paralelamente, a estes fatos aconteceu, também, um substancial desenvolvimento do comércio como também da pequena indústria. Houve um grande aumento da população, O número de prédios na sede já ultrapassa a cifra dos 700. Algumas das vilas têm números
superiores a l50 familias, finalmente, a PONTA DA SERRA dos sonhos do vaqueiro JOSÉ BERNARDO VIEIRA, hoje já tem cara de cidade, tem tudo para isto. QUEM VIVER VERÁ !